quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Eu digo à você.

Eu te dizia da sensação sem nome que me assalta a razão. Da necessidade de fazer acontecer. Do não desperdício. Do brinde e do grito. Do silêncio aflito e da terra molhada. Te dizia que existe tanto entre nós que me ata, que me faz caminhar em círculos. Das rosas e dos tons. Do início, do meio, do fim e de todo recomeço que a gente nasceu sem o mapa. Da esquerda, da direita e das outras opções. Do banho de chuva. Do toque e do arrepio, dos olhos e dos navios e da aquarela, eu desenho um sol amarelo, que descolorirá para que se cumpram os destinos. Eu quero parar a cidade e declamar os melhores poetas sem parecer inteligente ou atrevida. Poesia na medida do possível ou um vinho para esquentar e balançar o chão, música para te dançar, canções para te afirmar a juventude e as pistas, o suor, aquela euforia que é contagiante e efêmera. A intimidade das pernas, a coreografia dos corpos, o arrebatador instigar, de toques e reações, consentir, permitir, a troca de vida, não peça permissão para entrar ou sair de mim. A propriedade conquistada. De toda a nossa coleção de momentos, hoje eu quero te dizer que tudo é possível. Dentro ou fora de uma lógica, in or out, dear. Quer ser meu companheiro de viagem? Diga sim, precisamos de pouco. Basicamente eu e você. Os detalhes a gente vai tecendo, as dificuldades a gente vai sorrindo, as delicadezas a gente vai se apropriando, o amor a gente vai cuidando. Como ontem, como hoje. Como agora. Te dizia do que não existe entre nós. Do que é palavra, mas não se basta como verbo, substantivo, gramática. É íntimo. Sensações. Sentimentos. Do que nos faz sorrir, do que nos tomba lágrimas, do que nos faz dançar e nos move. De dentro para fora. Mexe com o humor, o apetite, os desejos. Mexe com a saúde, a saudade, o que é simples. Algo entre um lago em dia de verão e a escala Richter em último nível. Do desejo de correr, gritar e voar. Dos efeitos mais comuns de sentir raiva, bater o telefone, xingar. Um ato sexual não coreografado. A mesa pronta para o jantar com todos os elementos românticos em ordem, você leu em algum lugar. Do embolar e do encaixar. Dos raios e das tormentas. Do agora e do instante. Essas palavras. Esse ponto final que encerra o texto. E nos leva adiante.

Eu te dizia tudo isso sem dizer.
E você não me disse que.
E eu te disse.
E você não me.
Mas eu.
E você.

Chega desse xarope amargo.

3 comentários:

Anônimo disse...

oi...nossa que texto lindo...bem pra nós né minha linda! Pensando na gente aposto...parabéns tá lindo como vc!!!

Anônimo disse...

O que dizer das tuas palavras?! Elas transmitem um pouco de ti e um muito de mim...O modo como nos comportamos quando somos invadidos por nossas emoções é completamente pessoal. Temos a liberdade de ponderar sobre as diferentes possibilidades de agir e decidir de acordo com motivos e critérios próprios...Vejo isso em vc! Parabéns por conseguir passar com tuas palavras o que senti...as vezes metafóricas, as vezes diretas...enfim, como sempre...uma diversidade incrível do real e pq não, do imaginário...abraço...

Egídio La Pasta Jr disse...

Por favor, cite a fonte de onde você anda copiando os meus textos,por favor.