sábado, 27 de outubro de 2007

(...)

Eu penso em você. E é lindo que alguém, por qualquer motivo, possa ser a semente de um pensamento, responsável por sensações e letras, razão de um momento: o de escrever, o de lembrar, o de querer. Bem. Não te parece no mínimo especial que entre tantas pessoas no mundo, a vida eleja um e deixe acontecer, surtir efeito? Eu gosto do clima. Gosto dos detalhes. Gosto da vida preenchida no todo. Da vida, enfim, preenchida. Eu valorizo as primeiras vezes. Se estivermos atentos, todos os dias com todas as pessoas, estamos sujeitos ao inédito. E eu sei que você me entende. Ainda que os amigos sejam os amigos de sempre, é sempre tempo de uma nova ternura, de um novo carinho, um novo verbo, uma nova emoção. É possível mudar o olhar. Buscar outro ângulo naturalmente, sem obrigação alguma. Faz muito tempo que eu tenho vontade de sentar e conversar sobre a vida e seus afluentes. Dos mínimos aos máximos, da poeira e do vigor dos dias, do efêmero ao que resiste, da igualdade e as diferenças. Faz tempo que eu tenho vontades e as realizo, muitas vezes sem perceber que estou realizando. Gosto das nossas conversas salpicadas do repente. Gosto de uma cumplicidade que eu sei que existe. De uma velocidade cúmplice, seja no humor ou nas afinidades. Gosto de um futuro que não sei se virá. Gosto da possibilidade e do clichê. Faz muito tempo que eu tenho o desejo de parir palavras que informassem sobre nossos universos. Palavras fáceis. A vida, enfim, sem complicações. E faz tempo também que eu sei. Do saber e seus afins, eu ilumino parte do caminho e qualquer luz, qualquer sinal, já me acalma já me aniquila.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

nós?

Vamos adiante sob o efeito do vento frio, do abraço quente. Das confusões naturais, em série, não poderia ser diferente. Na confusão da minha atenção, quem sabe, eu não acendo uma intenção tua? Na troca de palavras, quem sabe os olhos não procuram mais intimidade? Desventuras em série revelam muitas aventuras em série e eu gosto de seduzir sem grandes orçamentos, sem muito barulho ou cenários definidos. Tudo é grande e quente por dentro. E é importante que você saiba. Eu não amo sem informar. Tal egoísmo não me caberia. Preciso da ponte da palavra, da caminhada a dois, ainda que um resolva não prosseguir, que tenha outras flores para regar e pessoas para cuidar. Eu não sei amar sozinha. Esse é um vício, te confesso sem vinho pra esquentar. Não sei onde vamos chegar. Não sei se devemos chegar juntos a algum lugar. De repente, esse é o ponto que a minha linha passa pela sua, cruza, e nesse 'xis' nos percebemos com infinitas possibilidades de amor ou desprezo. E você, tão recente na minha história, tão amigo dos amigos, de repente, com o mínimo, me proporciona uma sensação que parece a mesma de tempos atrás, mas que não é. Amo você de novo. Diferente, porém igual. Inédito sempre.